Memórias de um Poeta
Dezembro, 2016. Fogos vermelhos subindo e terminando no ar, próximos da terra, mas distantes do céu. Os prateados conseguem ir além e encontram seu fim brilhante nas nuvens, imitando estrelas cintilantes feitas pelo homem. O cheiro de pólvora, a euforia nas ruas, pássaros assustados no céu procuram algum abrigo, cachorros atordoados com ou sem donos – a Natureza não compreende, pois nenhuma das estações completa seu ciclo dia trinta e um de dezembro. Mas alguém em 1532 achou que seria uma boa ideia e assim é. Quando criança eu adorava as bombas barulhentas e os fogos que voavam. Os que explodiam faziam eu me sentir mais próximo de um poder além de mim mesmo, era incrível observar algo acendido por mim tendo uma reação imensa, e os outros era como se fizessem eu voar, como se me carregassem em suas paletas e depois explodíamo-nos para sempre, definitivamente. Dezembro era um mês de experiências químicas simples. Sem mencionar os muros que ficavam em pedaços, afinal para que muro