O Jovem Poeta

A.C. Parte I - A Essência Piscava seus olhos em um movimento delicado O fechar e o abrir... Num verde exuberante Dum brilho ofuscante, ilimitado... De seus lábios diminutos - de coloração delicada Por vezes nascia, entre as dores, teu belo sorriso E toda a vida nascia em alvorada... E entre as lágrimas sufocantes e inconstantes Tua alma se abria sem fugir, e com sua própria beleza Você se conhecia... Em instantes estonteantes Parte II - Seu Jeito Natural As flores copiam tua pele macia e refrescante Para as pétalas imitarem - sem sucesso - você Elas têm inveja do teu perfume cintilante E os humanos não compreendem, e nunca irão... Suas ações, seus gostos, seus sonhos... Suas mudanças, seus pensamentos, sua solidão... Porque estar só é estar rodeada pela incompreensão Dá passos pelos caminhos, sendo quem ela é... Decidindo os caminhos do belo coração Caminhos sem coração, não são caminhos... São sombras de memórias passadas

T.C. Morro lentamente ao me perder Em seu olhar, em seu sorriso Em teu tão doce não querer... ... Me encontro a tremer Nesta bela saudade Entorpecida por ansiedade De sentir teu coração A aquecer-me e aquecê-lo também Porque você não é ninguém... Você é alguém!  Para mim... Neste belo jardim... ... Que coloco meu sentimento por ti E as flores cuidam com carinho dele Os unicórnios caminham ao seu redor As fadas o enobrecem com magia! E os gnomos choram de tanta vida... E tudo que de puro provém dele Me faz sorrir... E de repente Encontro-me feliz nas noites A sentir perpetuamente... Você aqui. ... Lucas Augusto ...

Do vidro o Poeta a olhava, a admirava enquanto a respiração dissolvia a fumaça do café quente, baixinho, ele sussurra sem pausas: -O sol entre passa em seus olhos trazendo ao meu olhar a reminiscência de um sentimento distante. Qual será teu nome? Deusa de pele branquinha... Dê-me teu nome e com ele escreverei mil poesias! A mulher parou na frente da cafeteria, olhando para o outro lado da rua, tornando-se a ficar de costas para o jovem Poeta, o vento lá fora fazia flutuar seu cabelo. Ao tomar um bom gole de café, ele continua. -É o vento meu amigo de eras! Desliza ele sobre teus fios negros, apanha teu perfume e pela janela o traz a mim. Mas que cheiro de jasmim! Ô! Bela musa! Tu moras em um jardim? Ou seria você a própria rosa? A mulher encosta as costas no vidro, colocando a mão direita sobre ele, para se apoiar, ainda distraída com algo do outro lado da rua. -Pele... Seria tua pele macia? Com o odor dos magníficos cremes?  Sem pensar, apenas movido pelo seu sentir,

New York, 2023 Quarto de hotel, um dos mais belo de New York, último andar, os arranha-céus iluminam a cidade. E os fogos de artifício o céu. É Natal. Posso ver da enorme janela de vidro as milhares de pessoas correndo felizes com seus presentes, com suas famílias na rua, alguns gritam: "Merry Christmas". A neve cai arranhando o vidro, coloco minha mão sobre ele e sinto a neve gélida. Transformando-se em água. Assim como meu coração se transforma sendo tomado por um antigo sentimento.  As luzes do quarto estão apagadas, a televisão ligada em algum programa que já estava sintonizado quando a liguei. A cama parece-me muito atraente, mas apenas para deitar e lembrar, o sono fugiu de mim... Os fogos não param. O apresentador grita: -We have thousands of people on Wall Street right now! Father Christmas is flying in the sky! Estranha falsa felicidade - penso. E riu comigo mesmo ao desligar a televisão. O telefone toca, é a recepcionista. -You want something? Maybe a c

Poção que as fadas preparam e derramam em nosso coração. Brincadeira de cupido? - Duvido. Sentimento tão enobrecedor não nasce de flechas ou da dor... Amor, nuvem que se desfaz com os sorrisos dando ainda mais espaço para o sol, aquece.  Flor que desabrocha e nunca apodrece, exalando seu perfume sobre o destino, ligando pontos, acontece o impossível. Queima as dores, o triste passado. Cria o brilho nos olhos, altera o futuro. Renova a alma. Amor, de mãos dadas com a destruição. Perdição, escapando pelos olhos em forma de lágrimas, amor é tão lágrimas quanto sorrisos. Amor, o campo que se estende pelo horizonte, tentando vê-la de longe... Bem de longe. ...Lucas Augusto...

Horas iguais, sentimentos diferentes. A gota pinga, o dedo se molha, o dedo ergue-se a gota se suicida no ar. Que sensação gélida é essa? Já sentira isto em totalidade? Janela aberta, o vento corre pela casa. Fecha os olhos? Pode sentir? Sentir... Desesperadamente sentir. Os pelinhos arrepiando sentindo a existência da própria pele. O olhar perdido nestas sensações, e o vento dançando com a música. O coração sozinho se revira, procurando saudades, amores antigos - não permito. O passarinho canta lá fora, ainda é dia, ainda é dia... ... Lucas Augusto...

Qual o tamanho da nossa distância neste momento? Quão longe de se sincronizarem estão nossos sonhos? Quanto se estende nossa saudade para corrermos para o outro? Quanta angustia faz nos sentirmos vivos um pelo outro? Quantos pensamentos errôneos nos separam da escolha de amar? Qual o tamanho da vontade que temos de voar? E nos encontrar... Quantas vezes nossos braços se abrirão esperando um abraço? Quantas vezes piscaremos escondendo nossas lágrimas? Quantos sonhos morreram nessa separação? Qual realidade se construiu nessa falta, nesse vazio? Quantos anos deixamos de viver? Quantas expectativas deixamos de criar? Quantos beijos deixamos de dar? Qual o tamanho de nossa vontade de conversar? Quantos poemas deixei de escrever por você? Quantas borboletas em nossos estômagos morreram? Para todas as perguntas a resposta é a mesma: Inefável. ... Talesin

A expectativa de vida não é baseada nos anos que vivemos por completo! É baseada sim, com toda certeza, nos anos que se passam e estamos a amar. ... Lucas Augusto...

Todos poetas têm a sua musa... E quase sempre, elas estão ausentes, mas presentes no coração. Porque o coração de um poeta não permite que o cérebro apague as imagens, as lembranças, as memórias. Então, por esta regra sentimental absoluta, é fácil distinguir um poeta de um humano. O poeta vive eternamente com a lembrança de sua musa não correspondida, nos meses primeiros, os espinhos da memória fura o poeta, o corpo inteiro, envolve o coração, e a cada pulsada do coração, ele se fura. Nos meses seguintes, os espinhos cheios de sangue caem, o sangue do poeta destrói as coisas ruins e as transmuta. Sem espinhos, a lembrança pode viver harmoniosamente com o poeta, ora trazendo saudade, ora trazendo aquele gosto de amor por sua musa eterna. ... Talesin

O ano que eu perdi e ganhei muitas coisas. Perdi o que nunca tive, o que nunca possui. Ganhei o que sempre foi meu por direito, o que, por trás das cortinas, sempre foi meu. Perdi tua companhia, ganhei a solidão.  Uma solidão diferente, devo ressaltar, solidão cheia de amigos, solidão de muita mordomia, estudos e a tentativa de uma vida nova, porque sou assim, mesmo calmo, eu nunca desisto de mim mesmo.   - A solidão sem você transmuta-se e se transforma numa ausência indestrutível! ... Lucas Augusto...

As vezes as estrelas piscam, ou é a cortina escura de nossa saudade a passar desesperadamente na frente de meus olhos? As vezes na rua, as pessoas não me veem, e cachorros não me sentem. Devo estar inteiramente ao seu lado... Mesmo que você não perceba, eu ainda cuido de você esquecendo de minha própria existência. Eu não dizia que existo por você? As vezes vejo você nas pessoas... Acho, só acho mesmo... Sem nunca ter a certeza, que é você a desejar existir ao meu lado. Doce ilusão, não é mesmo? ... Talesin

As vezes, de saudade, pedaços meus soltam de minha essência, de tão leves, de tão sútis. Mesmo o vento forte não os levam. Eles sabem onde querem ir, são pedaços meus, como não saberiam? Não fico vazio ou cheio de buracos sem eles não... Pois estes pedaços desde sempre foram feitos para você, e até você que eles vão. Você sente eles a cobrirem o vazio de tua saudade? Fazendo cócegas em seu pescocinho branquinho para você rir como eu fazia você rir? São muitos pedaços, alguns carregam sonhos que criei ao te amar, outros desejos que nasceram ao te tocar, alguns, muito poucos, carregam nosso futuro. Estes, infelizmente, não chegam até você, morrem no caminho. ... Talesin

Se eu permitir que meus poemas voem, com certeza eles irão até você. Eles enxergam na escuridão de nossas saudades. Eles sentem além de nossos corações confusos e perdidos, eles são completos muito além do vazio que deixamos na vida um do outro. Você os deixaria entrar? Você aguentaria as lembranças reprimidas que eles despertariam em você? Você, com eles, escreveria sobre mim?Rimaria sobre nossos momentos? Ou choraria pelos instantes que nunca tivemos...? ... Talesin

Minha musa ausente. Cadê seu olhar a trazer-me a inspiração da primavera? Cadê seu abraço a me trazer a inspiração do inverno - ele me aquece. Cadê seus momentos tristes a derrubar nossas dúvidas, como folhas velhas, maduras... Cadê nossas risadas desesperadas de algo tão engraçado, a me iluminar como o sol do verão? Cadê você...? Ainda vive? Seu coração ainda bate? Você ainda sonha? Tem caído sobre a vida? Ou apenas tenta viver...? ...Talesin

Agora sei, tenho a consciência, compreendi, entendi sobre o que é, ser feliz mas carregar eternamente a lembrança de um grande amor. Caminho sorrindo, com você em minha expressão de felicidade. As vezes choro, quem não chora? Com você descendo montada em minhas lágrimas.  Fazendo delas cavalinhos e correndo em meu rosto tão selvagem sem você. Escrevo poemas, e mesmo que você não seja o tema, lá está você nas metáforas doloridas, nas sentenças com pontos finais. Porque acabamos não é mesmo? A esperança expressa-se nas vazias reticências, e a vontade de gritar nos pontos de exclamação. Ninguém percebe, como perceberiam sem me conhecer? Tudo que enxergam são palavras, alguns devem sentir, mas a maioria apenas lê... Apenas lê enquanto eu escrevo você. ... Talesin

Outro dia, ante ontem para ser exato, num belo filme um casal se casava. Lembrei de você, e fantasie inocente, nosso casamento. Mesmo que fora nos arreadores da realidade imaginativa do meu coração. Tornei-me a tocar a felicidade por alguns segundos, minutos... E sorri ao imaginar você dizendo "sim" tímida, olhando em meus olhos e depois o chão... Para jogar a vergonha sobre ele e conseguir ouvir o meu sim, sem envermelhar não apenas a bochecha mas o corpo também. A imaginação logo parou, mas o filme continuou. Assim como a vida. Nada pára para eternizarmos nossas fantasias, a realidade as quebram. Hoje fui comer um pão queijo no shopping, a atendente branquinha com uma sombra de um azul um pouco escuro, um pouco claro. Instantaneamente as memórias daqueles dias com você ao meu lado ficaram mais fortes, meus dedos tocando sua pele branquinha e sua sombra azul nem muito claro, nem muito escura a refletir levemente a luz do sol. O pão de queijo deveria estar ótimo, vár

Quando um poeta ama os defeitos de sua amada se queimam. Aos olhos poéticos dele ela se torna perfeita. Poetas não amam facilmente, não por serem insensíveis, poetas são os seres mais sensíveis que existem! Apenas... Não é todo olhar que reflete poesia e nem é todo sorriso que encanta, e é difícil, muito difícil encontrar e tocar uma pele que peça para ser escrita nela versos de amor. Não é toda presença que preenche as infinitas ausências, que não apenas os poetas, mas todos sentem. Exemplo? Quando amas tanto que sentes que não precisas de mais ninguém, absolutamente ninguém. O ápice do amor de um poeta é quando ele confessa a sua musa que por ela abdicaria de todos os seus escritos e poesias, se um dia um poeta lhe disser isto, sorria, você encontrou o verdadeiro amor. ... Talesin

Alguns poucos pontos que leva alguém a desenvolver o (a) poeta em si. 1 - Sofrer, de preferência muito e chorar também, bastante. Sofrer ao ponto de desejar morrer. 2 - Sorrir muito, verdadeiras gargalhadas a deixar a barriga doendo, rir a ponto de chorar. Rir por 20 minutos sem parar. 3 - Não se apegue a felicidade ou ao sofrimento, ambos são ferramentas. Seja o equilíbrio. 4 - Ler, começar por textos e frases reflexivas, para despertar a critica poética acerca da vida, e não apenas a critica revoltada sobre a sociedade. 5 - Ler poemas, de grandes poetas - os clássicos simples, os que rimam e os que não rimam. De pequenos poetas, aqueles que o tempo ocultou, mas suas poesias vivem escondidas - e apenas os verdadeiros poetas a encontram, ou são encontrados por elas... 6 - Além de ler, começar a escrever também. Sobre qualquer coisa, a pedra na esquina, a torneira que não fechou, a luz que não se acende, o relógio que parou - se não achou NENHUM destes exemplos bestas ou

Solidão Onde está você? Perdeu-se pelos caminhos Deixando-me perdido também? Perdido - no sentido profundo Da confusão eterna dentro de labirintos Você era minha clareza O antidoto contra a inevitável loucura Do artista, do poeta, do escritor Da tristeza Você... O moinho dos meus sonhos Por onde a água e o vento deslizavam Alcançando minha alma Esfolando poeticamente meus escritos  Você... Me libertou da maldição De poetizar com angustia e perdição Como faço agora, por essas linhas Que me assombram com paixão Por que permitiu-se ir? Se iludir? Ser esquecida e borrada? Por que minha musa primeira!? São tantos os fantasmas Cheios de perguntas E muito pouca a vontade De ir até você... Se eu correr você será meu chão? ... Talesin      

-Não é triste para você? Distribuir estórias e histórias das mais diversas intensidades mas continuar sozinho? Entregar ao um bom velhinho um poema sobre a vida que ele não viveu, a uma boa garota as palavras que ela sempre precisou ler, a um passarinho mesmo sem ele saber ler? Não é triste escrever sobre o amor mesmo sem nunca ter o conhecido em totalidade? Não é triste escrever sobre beijos intensos e nunca ter sentido e se aventurado em um apenas? -Escrever sobre o que nunca foi vivido para tentar nas palavras viver, escrever para ajudar corações carentes e perdidos mesmo o meu sendo um. Ter o poder gracioso nos dedos de poder escrever sobre qualquer coisa... Não é triste não, é Poeta. ... Talesin

Alguém que não queríamos ver partir E se foi, e mesmo indo... Não se apagou Das infinitas memórias e sorrisos Você pode me sentir? Eu estou aqui Não por você nem por mim Mas pelo o quê um dia tivemos Como você se sente? Posso te fazer sorrir Mesmo segurando os pinos que seguram meu coração Mesmo que apenas você sorria... Não, amor, ainda posso te chamar assim? Não é altruísmo de forma alguma É saudade. Faltas que perfuram Com desejos nunca realizados... ...O beijo nunca dado. E a falta imensa: Nas manhãs, nas tardes, nas noites, no almoço, nos jogos, nos poemas - te perco nos poemas, invés de neles te encontrar. Nos sonhos... Os sonhos pararam, simplesmente não sonho mais. Ou apenas não lembro.... Pois não é para mim a esquecer? Sinto falta de ti no ônibus, na faculdade, na rua escura e vazia que você preenchia, nas músicas, mas principalmente, essencialmente e perdidamente sinto falta do seu caloroso e vivido amor. Todos temos alguém... Assim. Yanos Talesi

Os amigos ajudam por um tempo, enganando a percepção da falta que ela me faz, são bons os amigos, indispensáveis para a vida, lembrem-se disto. A dor ameniza novamente. Mas apenas por um tempo, não demora muito, nem dias e ela volta, e os amigos não têm mais tanto efeito como antes, e alguns, até eu que consolo. Um remédio que de tanto usar perde o efeito. A dor volta mais forte, o retorno é sempre mais forte. A saudade dela agoniza o peito, por não ser saciada começa a queimar. Os olhos suplicam pelo choro, mas sou forte não vou chorar. A queimação agonizante se espalha por toda a região do peito. Onde está meu coração? Sendo consumido, comido, destroçado. Por que ainda bate coração meu? Quão insistente você... Ainda tenta enxerga-la nas trevas a frente, ela não está lá, meu querido. Essas trevas à frente cheiram a morte, das boas, das permanentes. Não é o tempo que mata, nem a morte, é a saudade - incrível descobrir isso somente agora. Quando não há mais volta. Não há como volt

Ingerir um comprimido - dizia a bula de uma caixa com uma listra preta igual meu coração. Seria meu coração um remédio aos doentes terminais? Peguei três comprimidos, sem pensar, sem hesitar. Pensara que efeito não duraria muito para deixar o corpo uma formiga com falta de patas.  Os dedos logo perderam a mobilidade, o olhar não conseguia focar-se em nada, em absolutamente nada. Mas se eu fechasse os olhos, focava naquele amor. Em meio à escuridão que encaramos quando fechamos os olhos, lá estava aquele amor. Sinceramente não lembro se tomei ontem ou hoje a noite, mas possivelmente foi ontem. Uma memória apagada assim como eu sempre quis. Acordei exatamente as 16h56 pm – sei disso porque deixo o celular do lado da cama caso eu acorde com o brilho de alguma mensagem sua, mas de alguns tempos para cá, não houve mais brilho.  Com uma vontade imensa de chorar, mas imensa ainda é a vontade de reprimir, e assim a fiz. Embora fosse pior. Andei rápido até o banheiro, a ânsia de vomito toma

Garras negras e inquebráveis do Caos, fechada com força, preparada para dar um soco no primeiro coração que beirar a dor de um amor partido. Dedos de pele negra, assim como todo o restante do membro. Unhas longas arranhavam e faziam a sangrar. Era totalmente auto destrutiva. Um calor estranho exalava da pele negra, um vapor tóxico e corrosivo.  As vezes, muitas poucas vezes, a mão obscura se abria, as garras se estendiam, o sangue denso,  vermelho escuro e quase negro, pingava em direção do Nada, do Vazio. Quando toda a palma estava estendida, era ainda possível enxergar uma estrela mais brilhante que próprio sol. Talesin "É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança." -  Friedrich Nietzsche

Perde-se o medo do escuro na primeira morte de um grande amor, na primeira vez em que o coração se quebra todos os medos e aflições guardados evaporam, morrem, se perdem... Os medos criados na infância entram em uma espécia de névoa sorridente e insana.  Torna-se um anestesiado, vontades estranhas surgem, nada mais fere, nada mais é feliz. Não, não é a mesma coisa que ser invencível ou frio. Conhece-se a morte em todos os sentidos. A morte mental, a morte sentimental, a morte dos sonhos, a morte das esperanças, a morte da vontade, a morte do olhar, a morte familiar. Mas sempre vem algo depois, o caminho continua, não há como parar, e neste caminho, e neste contínuo viver, nasce das cinzas, não você, mas a insanidade. Inácio Bucowsqui

Gritava por socorro, mas ninguém o ouvia. Seu sofrimento é em uma frequência diferente da que todos estão acostumados, apenas ele ouvia o próprio grito interno, estava sozinho. Talvez o sofrimento dele estivesse na frequência dos cães, pois toda vez que encontrava um, o cachorro o olhava com compaixão, um olhar que dizia: Vai ficar tudo bem. Talesin.

Onde está o antigo brilho em meu olhar? Meu sorriso ao acordar e ao dormir? Você roubou-me... Roubou meus sorrisos enquanto eu dormia. Destruiu meu brilho próprio colocando em mim as trevas da dor. Onde está minha concentração? Perdeu-se por focar demasiadamente em seus sorrisos, em seu jeito de andar... Onde está meu desejo por outras mulheres? Inteiramente perturbado por seu corpo tão singelo e sensível, perdido na vontade não reciproca de te fazer carinho... Onde está minha confiança, meu jeito de andar consistente e forte? A confiança se dilacerou ao confiar em seu confuso coração e o andar... O andar é um zigue-zague entre os caminhos que não encontro você. Estou vazio, eu não existo. Talesin.

Rua grande, com calçadas desertas – de pessoas, não de sentimentos nem de você, a cada esquina os fantasmas de nossas lembranças me encaram. Duas viaturas soam suas sirenas atrapalhando minha música, estão protegendo um camburão. Dois segundos depois de a sirena começar, uma sensação de libertação toma conta de mim, penso com felicidade: Vou morrer agora, o bandido vai fugir e me matar, vou ser vitima de bala perdida, alguma coisa tem que acontecer!  Ilusão... Passaram a minha frente, protegendo o bandido dentro do camburão, me jogando novamente contra a vida.  Merda! – pensei. Inácio Bucowsqui

Sinal verde, 23 segundos para atravessar três ruas grandes. As pessoas a minha volta correm, estão com pressa, talvez se agarrem a algo para conseguir ter tanto pressa, não vejo nada para me motivar a andar rápido. A sensação de ser atropelado é sedutora. Ando devagar olhando além do horizonte no chão, o sol bate quente no rosto, os olhos secam mas logo as lágrimas gritando os lubrificam. Poderia chorar aqui... Mas guardo, acumulo, reprimo e penso em você com a música em meu fone explodindo meus tímpanos e acelerando meu coração. E o farol ainda marca 10 segundos... Devo parar no meio da rua? Os carros parecem me olhar com seus faróis, vejo rostos neles rindo de mim, querendo me assassinar – mas seria assassinato se eu quero morrer?  Talesin.

Querem mudar o mundo, mudar cabeças, evoluir mentes para o que está além do véu... Ingenuidade. Senso de realidade concentrado no próprio umbigo. Pois digo... E os corações quebrados? O que irão fazer com as pessoas que choram por amores que devoram suas almas? O que irão fazer com as almas!? As memórias em lágrimas não serão nunca apagadas, muito menos esquecidas. Mesmo que sofra de amnésia, o coração continuará doendo e você chorará sem saber o motivo. As raízes dos espinhos não morrem por simples esquecimento. Querem mudar o mundo esquecendo os suicidas. "São perdidos, sem volta" - mas não é preciso se encontrar para se matar e voltar muitas vezes a si mesmo para enfiar uma faca em si próprio? Esqueceram-se dos que não conseguem amar mais o presente porque o amor ficou no passado...  Querem mudar o mundo... Mas e os que não conseguem sorrir? Inácio, Talesin.

Amor? Onde? Com ela Sonhos? Com ela Por ela E a dor? Vem dela... Ela entende? Nunca... Por que não se vai? Para onde? Longe dela... Longe dela é perto dela E perto dela Me sinto longe... E o apego? Machuca A odeia? Um pouco A ama? Muito Onde ela está? Feliz, sem mim. Yanos Talesin

E os belos e tristes poetas, escrevem não para lubrificar almas com o óleo essencial da vida - a arte. Escrevem para poder existir... Porque poetas não pensam, e criam suas almas a cada poesia... A cada texto poético, a cada sorriso único e raro - quando um poeta sorri?  Então, nós poetas não temos culpa alguma se vêem arte em nossos escritos, nós apenas buscamos a existência. ---- Vou lhe contar uma história bem verídica e curta de um velho poeta que não queria ser esquecido. Seu nome a neve congelou em flocos e o vento levou. Morou por quase toda a vida em uma floresta pequena, ao lado de uma vila, e a vila perto de uma cidade - buscou o exílio para se encontrar. Levou papel, caneta e sementes para plantar. Embora vivesse mais com poesia do que com comida. Todas as noites, sentava e escrevia, escrevia muito, porque sempre soube o segredo do escrever: Não pensar. E sempre que escrevia em seus dedos sentia, o poder sobre a poesia, não com dominação, mas por pura paixão pela vi

É sútil, mas se veste em suas proteções contra as partes densas da vida. Porque sua beleza requer as coisas simples para existir e florir pelas nuanças de seu olhar a se encontrar com o brilhar deste momento. Expressa em seu cabelo os caminhos que sua essência escolheu seguir... Em seus fios tão diferentes residem a junção de sua personalidade com seu passado e com ela no presente... E as mulheres que tentam enfeitiçar seus cabelos com cores e estilos que todos já viram, nunca vão entender e conseguir. Só você sabe fazer isto, e faz com delicadeza e ao mesmo tempo com perfeição inconstante. Já foi meiga e seus olhos se renovavam a encontrar um sentimento que lhe abria o coração. Hoje é diferente, não transformou seu coração em ferro, nem plantou espinhos na porta, apenas cuida dele como o vento cuida das folhas e as nuvens enobrecem o céu. Vive a vida assim... Da forma que aqui foi dito e de outras milhares de maneiras, maneiras infinitas  porque em sua mente nasce sempre a curi

Ô minha bela musa, minha maior dor não é que não a tenhas em meus braços e em meu colo a lhe dar carinho e amor. Minha mais profunda dor, a encher minha boca dum gosto estranho e meus sentimentos com uma densidade negra, é saber que nunca compreenderás meus poemas feitos para ti. Quando um Poeta chora. Talesin.

Eternizar momentos em fotos, não é eternizar nada, fotografias são esquecidas em caixas ou perdidas na formatação ou queima de um HD. Sentimentos eternizam momentos, pessoas, lugares... Existe um dever de memória, principalmente ao que dói e incomoda. Falam das mesmas coisas, pensam nas mesmas coisas num eterno ciclo mental débil. E eu fico sozinho, com a minha inconstância sem fim, mas isso também é um ciclo, mental poético e dolorido.  -O que é isto que sinto? -É a felicidade vendando teus olhos. Inácio Bucowsqui

Inspiração dura mais quando se escreve inversamente. Está triste? Escreva sobre a felicidade. Se sente sozinho? Escreve sobre não estar sozinho. Se sente na depressão, despedaçado? Escreva sobre coisas sútis. Aproveite as consequências de atos interiores inversos... Dissociação! Boa sorte. Talesin.

Minha vontade é dormir por dias, mas porra, minha mãe levou os comprimidos que me dariam esse prazer! Imagine só... Dormir em um sábado e acordar na segunda... Seria um dia apagado, um dia que não vivi, um dia no qual eu não existi. Seria mais bela ainda uma semana inteira de não existência. Mas a vida não me proporciona esse luxo, ainda. ---- Minha vontade era dizer que eu a odeio, que a quero fora da minha vida, que não quero sentir nada por ela, nem a vontade misera de conversar. Que odeio ouvir seus problemas. Mas estaria mentindo, eu amo tudo isso... Um amor que eu quero que se torne renegado. Inácio Bucowsqui

Venha cá. Deixe-me lhe mostrar meus dedos a deslizar, pelo seu rosto macio. O que posso fazer com você? Se tudo que quero é olhar a eternidade pelos seus olhos, pois é lá que ela está. O que posso lhe dizer se todas as palavras e sons que eu pronunciar se perderão no esquecimento do tempo?  Nada posso dizer ou fazer. Posso apenas te amar, mesmo sem querer.  Yanos Talesin

Escuridão Lágrimas Paixão  Amor? Não, dor Amanhece... Luz Lembranças Tudo se entristece Música! Densidade Os olhos se perdem Vou partir... Já vou tarde... A flor Espinhos Um amor? Sim, frio A dor... ... Me aquece Com calor Suor Cansado? De viver... ... E morrer Ressurreição interior? Todos os dias... Morrer cansa, também Sonha com ela? Esta noite? Não, sempre Sonha acordado? Minha lucidez é dela... Suicídio? Muito fácil... Sofrer? Muito chato... Chorar? Com quais lágrimas? Planeja o que? Dormir...  Por que? Dormir é não existir. Yanos Talesin

Partiu para nenhum lugar, mas também não permaneceu onde antes ficava. Viaja pelo vazio com olhos fechados porque com eles abertos enxergaria muita coisa, coisa demais. Caminha sobre um chão oco, em vácuo, dum vidro rígido. Sente, mas não vê - seus olhos estão fechados... Não tem medo, não há com o que colidir e se cair não sentiria dor maior que a sua, somente sua. Não se levantaria mediamente, no chão refletiria sobre os passos dados, perdidos, esquecidos, antigas lembranças de caminhos extintos.  Não sorri, não chora, não demonstra nada... Não por ser insensível. Perdeu o cérebro, perdeu a loucura, vive do ar que respira por seus pulmões lentos e velhos em um corpo tão novo - saíra agora a pouco de um ventre. Não possui cor, incolor. Nem gosto, insipido. Nem luz, nem trevas. É vazio. Simples pote a guardar uma alma com brilho. Yanos Talesin

Coração meu, ou continua sendo dela? Perdendo os segundos de o seu bater, de teu pulsar vital a pensar no coração dela? Confesse, não o conheço muito bem. O coração dela é tão lindo assim para você se distrair e injetar na minha corrente sanguínea, este amor, esta doença? Este sangue sujo provindo de teus pensamentos que corrói meu cérebro quando deveria o oxigenar. Que torna minhas pernas moles, quando deveria as estabilizar... Por que insiste tanto nesta doença? Porque bombeia sentimentos na direção dela se ela não pode ver e recusa ao sentir? Coração bobo... Não entende mesmo nada sobre a vida, pensa ainda que o amor é um conto de fadas... Iludido coração... Quando durmo ficas a sonhar com ela e protege-la secretamente, como sei? Quando acordo você me dá uma pontada de lembranças e saudades... O amor o deixa distraído, nem amar em segredo consegue... ...Lucas Augusto...