Dias

Outro dia, ante ontem para ser exato, num belo filme um casal se casava. Lembrei de você, e fantasie inocente, nosso casamento. Mesmo que fora nos arreadores da realidade imaginativa do meu coração. Tornei-me a tocar a felicidade por alguns segundos, minutos... E sorri ao imaginar você dizendo "sim" tímida, olhando em meus olhos e depois o chão... Para jogar a vergonha sobre ele e conseguir ouvir o meu sim, sem envermelhar não apenas a bochecha mas o corpo também.

A imaginação logo parou, mas o filme continuou. Assim como a vida. Nada pára para eternizarmos nossas fantasias, a realidade as quebram.

Hoje fui comer um pão queijo no shopping, a atendente branquinha com uma sombra de um azul um pouco escuro, um pouco claro. Instantaneamente as memórias daqueles dias com você ao meu lado ficaram mais fortes, meus dedos tocando sua pele branquinha e sua sombra azul nem muito claro, nem muito escura a refletir levemente a luz do sol. O pão de queijo deveria estar ótimo, várias pessoas comiam ali sorrindo, o meu estava horrível, com gosto de saudade. O que será que a atendente pensara pela manhã ao passar aquela sombra? O que seus genes de pele branquinha tramaram contra mim  23 anos atrás?

Lembranças que não mais torturam ou deixam-me triste... Memórias a despertar uma saudade estranha, comodista, como se tudo que você se torna a cada dia, são imagens nubladas a ficarem mais vivas com o passar do tempo. Não era para ser o contrário?

As vezes o celular parece tão vazio
A cada mensagem de qualquer um
Eu imagino que a pessoa seja você
Mesmo que isto seja um precipício... 

Tudo que você é em mim agora são memórias...

... Talesin



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