O Suicídio é Inevitável


Os amigos ajudam por um tempo, enganando a percepção da falta que ela me faz, são bons os amigos, indispensáveis para a vida, lembrem-se disto. A dor ameniza novamente. Mas apenas por um tempo, não demora muito, nem dias e ela volta, e os amigos não têm mais tanto efeito como antes, e alguns, até eu que consolo. Um remédio que de tanto usar perde o efeito. A dor volta mais forte, o retorno é sempre mais forte. A saudade dela agoniza o peito, por não ser saciada começa a queimar. Os olhos suplicam pelo choro, mas sou forte não vou chorar. A queimação agonizante se espalha por toda a região do peito. Onde está meu coração? Sendo consumido, comido, destroçado. Por que ainda bate coração meu? Quão insistente você... Ainda tenta enxerga-la nas trevas a frente, ela não está lá, meu querido. Essas trevas à frente cheiram a morte, das boas, das permanentes.
Não é o tempo que mata, nem a morte, é a saudade - incrível descobrir isso somente agora. Quando não há mais volta. Não há como voltar no caminho já passado. E não quero continuar, falta vontade, na alma e no coração, principalmente no coração, sem amor, nunca teve amor na verdade. Não, não é auto piedade... Por alguns segundos eu tenho orgulho disto, não sei o motivo. E muito menos tenho pena de mim. É simplesmente apenas uma vontade de deixar de existir, e mesmo que haja vida além da morte, darei um jeito de destruir meu espirito. Quão ingênuo eu devo ser, mas são os ingênuos que por não saberem que é impossível, o impossível realizam.
Materialmente, sempre tive tudo. Sentimentalmente sempre tive nada. Parece até uma forma de a vida me caçoar: Olha você tem o que precisa, mas não o que seu coração aspira, o amor. Morrerei ainda acreditando no amor. E tenho certeza que sempre acreditarei. Poetas são loucos, acreditam em loucuras.

-Todos...

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