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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Pangeia

Naqueles tempos, andávamos nus pelos campos e pelas florestas, homens e mulheres num nível de pureza hoje perdido completamente. Cultivávamos com respeito a terra, e com a ajuda dos espíritos da natureza nos guiando para campos férteis e templos antigos com milhares de livros sobre Magia, a verdadeira Magia, não estes resquícios de uma Arte que já foi absoluta na Terra. A matriz de todas as religiões. As crianças, desde cedo, brincavam com os elementais dos bosques, dos campos, das cachoeiras. Não existia separação de dimensões, nascíamos sabendo de onde viemos, o que tínhamos que fazer e para onde iríamos conforme nossa vibração energética-magnética. O amor era feito sempre com amor, numa inocência impossível der ser explicada e narrada. Não havia maldade no olhar dos homens e das mulheres, os olhares brilhavam. Não existia medo porque não havia o que temer. E então, tudo mudou. L.A.

O Jovem Poeta

Rússia, 1911 -Eu sou um poeta e aos meus olhos cada gota do oceano é um poema e cada poro no corpo de uma mulher é um verso. Ao navegar pesco rimas, e no carinho fundo verso com verso e escrevo num corpo nu a obra em amor da minha vida! - gritou Lúcio quando o professor de matemática arrancou de suas mão um poema em construção. -Você tem 13 anos, Lúcio. Não sabe o que é um corpo de uma mulher. Preste atenção na aula. -O corpo da garota que eu amo é uma tela viva onde somente os poemas mais raros - aqueles que não cabem no papel - habitam! A ciência artística só conhece a visão poética, mas a inspiração sempre avacalhou ferozmente todos os sentidos de Lúcio. Bem dizia Rimbaud: O poeta se faz vidente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os sentidos. Lúcio então começou a escrever em outra folha. Para impedi-lo de poetizar o professor teria que tomar o seu caderno, a bolsa guardando um segundo estojo e um diário, a caneta de sua mão e matá-lo. O professor

Memórias de um Poeta

Tibet, 2017 Em plena meditação, a mente começou a pregar peças poéticas: Imaginou com cores vivas, o vento fazendo ela dançar com seu vestido florido. Iludia-se imaginando o sorriso dela brincando com o sol para ver quem brilha mais. Ouviu o som da água cristalina molhando os pés branquinhos dela, umedecendo a borda do vestido, deixou-se envolver na pureza daquela visão. De repente abriu os olhos, a mente aquietou completamente. Então descobriu que há mais espiritualidade no amor do que no topo das montanhas. L.A.

O Último Sono

Do que são feitos os faróis no teu olhar? Que guiam os Poetas perdidos no mar E iluminam os poemas caídos do meu Sonhar (A vida é um sonho) Do que são feitas as batidas do teu coração? Pois te ouço ao observar sua constelação… … reto. Além das nuvens. Longe tão perto (Ligados são todos os seres vivos) Como delinear os traços invisíveis da sua boca? Após tua voz vem o silêncio entre luas e sóis Porque eu sonho com o rimar da sua eternidade (Indescritível sensação, falhas tentativas) Sua pele guarda os segredos de Shangri-lá Mas não importa quantos dedos ousam te tocar Você mora na emoção sutil e singela de viver (Não há buracos em seu amanhecer) Na concentração dos seus cílios: sua imaginação Sinto as estrelas navegarem. Feche os olhos Não há escuridão ao perder o controle num abraço (Erga suas folhagens, permita a brisa alimentar cada ato). L.A
Para o orgulho, atos humildes. Para o egoísmo, atos solidários. Para a carência, atos autossuficientes. Para o coração fechado, atos gentis. Para a sensação de poder, o chão. Para a falta de fé, atos amorosos. Para a absoluta razão, a total escuridão. Para a raiva e a depressão, meditação. Para a ansiedade, a correta respiração. Para a triste solidão, amigos. Para a feliz solidão, viagens. Para a falta de imaginação, livros. Para o excesso de amor, poemas. Para a vontade sincera de evoluir, Magia. Para a falta de rugas, sorrisos. Para o medo, abraços. Para as lágrimas, um lenço e um Poeta. Para voar... a morte. L.A.