Kaylie Amorim
Seu corpo criava notas músicas, e seus olhos febris e tristes insistiam em desenterrar e viajar por um passado longínquo. Memórias, assim como brotos de flores, também desabrocham, seus próprios espinhos te feriam. Mergulhada e à deriva em um oceano de emoções profundo demais que nublavam seus pensamentos, e você clamava por mais. Mas mais o que? Mais loucura, mais vodca, mais música, mais de um amor sonhador no qual você nunca encontrou - no intervalo de um milhão de anos você sentiu a imensidão de um segundo entre cada batida de cada música ecoando pela câmara do seu coração, você não conseguia alcançar a superfície do seu próprio coração, mas se afogou, não apenas no álcool, completamente no passado. Deitada no estrado rígido, você gritava quase perdendo a consciência. Completamente vulnerável a qualquer um. Preciso te proteger – pensei. Sentei no chão ao seu lado e comecei a segurar sua mão, e permaneceria assim a noite inteira cuidando da sua loucura, zelando para que ninguém