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Mostrando postagens de agosto, 2017

Mais Uma Vez: Amor

O amor é solúvel, colore os sonhos E adoça o passar dos segundos O amor é uma espécie de eternidade Sua luz aquece, sua escuridão Jamais se esquece. O contrário do amor não é o ódio É o vazio. O amor preenche espírito Dissolve os ciclos das estranhas Correntes sem fim de Samsara O amor enfim, é o eterno presente  L.A.

A Vida é Uma Sucessão de Segundos Imutáveis

Em minha tenra idade eu imaginava que encontraria o amor em alguém ou em algo inorgânico e que a partir desse encontro eu seria feliz para sempre. Todos nós tivemos uma fantasia semelhante. Mas é o amor ou a felicidade que procuramos? Sempre imaginamos que a felicidade está lá na frente nos esperando se vencermos alguns obstáculos. Quando chegamos lá na frente, a felicidade fica contida em memórias distantes, em rugas marcantes ou em fotos na estante. Quando foi que a felicidade passou por nós? Quando foi que esquecemos de agarrá-la com todas as nossas forças? São as perguntas cíclicas do final da vida. Quando estou caminhando pelas calçadas da cidade, na sala de aula ou esperando o ônibus no terminal faço um joguinho bem simples que frequentemente me faz sutilmente sorrir: Observo o tempo passando, não nos ponteiros do relógio, mas nas vidas ao meu redor, na brisa gélida do vento, no colo da noite, nas vozes alheais conversando, conhecendo-se. Observo uma bela garota e digo a mim

França, 2038

O sol invadia o quarto aquecendo as costas nuas dela. Sem dizer uma palavra ela fazia mil confissões através do olhar, permitindo que eu escrevesse poemas em seu corpo enquanto fazíamos amor.  -Por que não lê o poema, meu amor? - ela pede sorrindo. -Cada dia que fizermos amor escreverei em ti apenas uma estrofe. Lerei quando eu acabar de escrever o poema completo. -Então…? -Faremos amor todos os dias para o poema acabar mais rápido!  Ela sorriu e balançou a cabeça negativamente, enquanto deitava ao meu lado. Sua boca possuía força magnética: atraía a minha boca e meus carinhos. Tão próximos seus olhos lembrava-me constelações, ela definitivamente era minha estrela. Acariciando seu rosto, sussurrei: Ao toque inefável do Amor, Teus olhos se tornaram estrelas, Forjadas do calor de nossas beijos, E penduradas no céu do teu coração. -Talvez valha a pena todos os dias… - ela diz sorrindo, uma lágrima caiu do seu olho azul esquerdo. - Por que choras, meu amor?

Perguntas

Perguntaram-me se o amor é real, Qual a quintessência de um beijo? Na união amorosa de dois pólos, O amor é gerado após nove meses. Um espírito num corpo físico, Perguntou-me se espíritos existem, Imaginei dois peixinhos filosofando, Sobre a existência da água. Perguntaram-me minha religião, Como se fosse algo que se tem, Invés de nos religar nos instantes Silênciosos e solitários da oração. Perguntaram-me se acredito em Deus, Não entendi a importância, mas respondi, Quem acredita tem dúvidas - eu disse, Eu tenho certeza da existência Dele. Perguntaram-me se Magia é real, Magia é como um farol - respondi, Clareia a onde você precisa estar, Mas você ainda terá que navegar. Perguntaram-me se sou ateu, Após longas risadas respondi: Nem se eu quissesse ser eu seria, Nada apaga a experiência prática, Perguntaram-me quando vou casar, Nunca! - anunciei - tudo o que eu quero, É uma filhinha adotada chamada Emilly, E um cão chamado Bardinho. L.A.

São os Olhos

Como um corpinho tão pequeno abarca tanta vida? Ela sorriu no exato momento em que me perguntei, parecia saber a resposta que se continha em sua alegria. Eu nunca saberia. Ela me escolheu. Por motivos que prefiro não comentar, o orfanato desconfiou de um homem solitário aos trinta anos querendo adotar uma bebê, foi um longo processo burocrático e entrevistas com pessoas próximas a mim. Ao final de um novo começo, ela se chamava Amilly Não era do meu sangue, mas este é um conceito dos humanos. Nossa alma vibrava em sintonia, minha pequena filhinha. Desde os meses primeiros me conquistava todas as manhãs com o seu sorriso, mesmo a frauda causando arrepios nos pelinhos do meu nariz. Quando Amilly passou a engatinhar, comecei a ajudá-la, todos os dias, a andar. Era colocar um biscoito do outro lado da sala que ela praticamente corria, e foi assim que ela aprendeu a andar e nunca mais parou: corria atrás do rabo do nosso cachorro, e nosso cachorro corria atrás dela. De uma forma misterio