A Vida é Uma Sucessão de Segundos Imutáveis

Em minha tenra idade eu imaginava que encontraria o amor em alguém ou em algo inorgânico e que a partir desse encontro eu seria feliz para sempre. Todos nós tivemos uma fantasia semelhante. Mas é o amor ou a felicidade que procuramos? Sempre imaginamos que a felicidade está lá na frente nos esperando se vencermos alguns obstáculos. Quando chegamos lá na frente, a felicidade fica contida em memórias distantes, em rugas marcantes ou em fotos na estante. Quando foi que a felicidade passou por nós? Quando foi que esquecemos de agarrá-la com todas as nossas forças? São as perguntas cíclicas do final da vida.

Quando estou caminhando pelas calçadas da cidade, na sala de aula ou esperando o ônibus no terminal faço um joguinho bem simples que frequentemente me faz sutilmente sorrir: Observo o tempo passando, não nos ponteiros do relógio, mas nas vidas ao meu redor, na brisa gélida do vento, no colo da noite, nas vozes alheais conversando, conhecendo-se. Observo uma bela garota e digo a mim mesmo: Esta é uma oportunidade que você está se permitindo perder. Ela está ali sentada, sem fone de ouvido, sem mexer no celular, sem fazer nada e até mesmo olhando em meus olhos enquanto olho para os dela, ela sorri. Penso: “Não”, observo o tempo que jamais voltará, passando sem parar sussurrando em meu ouvido: Esta é uma oportunidade que você está se permitindo perder.

Oportunidades são pontes para a felicidade, amor, sucesso e sorrisos. Mas oportunidades são sutis, é como tentar perceber uma flor desabrochando a duzentos metros de distância. É preciso prestar atenção ao redor, nos olhares, nas conversas, no universo do outro, porque todo homem e toda mulher é uma estrela. Talvez um dia uma mulher caminhe em minha direção, e diga: Olá, Oportunidade.

L.A.

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