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Mostrando postagens de junho, 2012

Pele Macia, Sociedade Dura

E este eterno ir e vir De minha agonizante vontade de sentir Peles femininas, macias e viris Talvez... A única coisa que pode fazer-me sorrir Mas meus dedos, imersos em solidão Estão Erguem-se no ar, e tocam apenas o invisível Invisível - a ausência visível De um sentimento, uma dor invencível Há quanto tempo não abraço alguém... Não lembro como abraçar, o quê é isso? Toco a outra, com meus braços ou minha essência? Machucar-me-á ela, ao ver minha essência? Cada desejo de toque, eu confesso, Desperta ainda mais carência O problema, a variável, o porém... Não se pode confiar sua essência, a ninguém O oculto, a incógnita, a causa... Todos farão você sofrer, um eterno desdém O engraçado, o ilusório, o estranho Todos pensam isso também E se todos assim pensam... Serei eu, Poeta de alma caída, e coração De presença esquecida, o falso? Ou serão, os humanos, hipócritas Que desconhecem a sensação da necessidade Presos em uma eterna futilidade Os falsos? Acredito eu - refletindo neste momento

Aventura (Mental)

Lembro-me, ainda – por que queria esquecer! Dos dias sofridos – nos quais minha mente não consegue perder Mas devo, acredito, começar pelo inicio Quando ainda não sofria, quase todos os dias Prendia-me cheio de infância pelas ruas, e brincava Tinha amigos crianças – hoje cresceram e esqueceram Como eram tão belas nossas infâncias, e como era tão cheio de essência Nossos corações. Mas como diz toda frase clichê: o tempo passa Aos poucos – embora hoje, tenho-me a impressão que foi rápido O efeito de meu amadurecimento precoce – porque hoje me sinto como um velho Mas velho criança devo afirmar! – Porque posso facilmente com bonecos brincar! Perdi ou me afastei de muitas pessoas, aproximando-me da solidão Sim, foi uma escolha, assim como tudo é Por que o afastar? Algumas assustavam minha essência, outras não a compreendiam Conheci (reencontrei) boas pessoas, espalhadas pelo Brasil Encontrei pela internet, e tão distante perto estão do meu coração Posso explicar agora, d

Imaginação

Estou eu sozinho pela realidade destas horas? Se cá dentro, crio personagens, vidas e histórias? Sinto universos imensos, converso com os comigos A todo instante, puras poesias, eu com meus amigos Partes de mim, que vieram assim...  Num piscar de eternidade que se cria um poema Sempre tão sutil quanto um jasmim Sempre um dilema tão perto de mim Separei-me talvez a algumas eras atrás Pela necessidade de diminuir minha grandeza Tão pequena imperfeita e cheia de beleza Sussurrem partes conscientes recortadas O que tem de poesia para hoje? Serão poemas cheios de paixão? Ou simbólicos, simbolizando a solidão? Serão perdidos a me encontrar? Ou farão... Eu mesmo relaxar...? ...Lucas Augusto...

Tristeza Poética

Tristeza diferente, esta minha Não traz preguiça, muito menos desânimo Traz inspiração, escritos e poesias Para linha de minha vida Faz-me levantar com vontade Mesmo que olhos meus lagrimosos estejam (Ou o coração com falta de alguém) Ou até mesmo eu acorde sentindo falta de um abraço também! Mesmo assim, enfim Minha tristeza não me derruba não Talvez por ser personalizada só para mim Ou apenas, quem sabe... Por me tirar a solidão. ...Lucas Augusto...

Noites Com Marilyn Monroe

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1959, Noite de Inverno.  Nesta noite estamos eu e Norma Jeane, não a chamo de Marilyn Monroe, para mim ela é muito mais que é um nome ou uma rotulação social, ela é a minha mulher. Apenas minha, por que eu a protejo desses bastardos humanos que a rodeiam, relaxo seu corpo depois de horas de gravação. E depois, como estamos hoje, permanecemos abraçados por toda a noite envoltos por nossa insônia, despertos por paixão. Rimos sem motivo algum e nos beijamos tendo como único motivo: um ao outro. Amo, mas amo muito, o jeito inocente dela e seu olhar cheio de alegria, antes de encontrá-la, eu era fadado à solidão, mas minha essência sempre desejava outro alguém, alguém que me entendesse. Pelas conversas noturnas que temos, Norma também tinha uma vida parecida antes de nos encontramos, ninguém entende sua forma de interpretar, a chamam de louca, para mim, ela é uma atriz visionária e Poeta. E como louca - no bom sentido, desta vez - apenas ela entende minha loucura, e junto

O Velho Poeta

-Porque tá frio lá fora, vovô? -Por que o dia está triste e seu coração esfriou. -E porque chove, vovô? É porque o dia está triste, é? -Você não sente? É a solidão a chorar. -Porque ela chora, vovô? -Por que ela está só. -Não podemos fazer companhia a ela? Onde ela está? -Olhe ali, aquela flor, a única flor em nosso jardim. O garotinho, de cabelos castanhos e olhos azuis, observa a flor, sem entender. -Olhe agora para as gostas da chuva, tente, com sua percepção, vê-las em câmera lenta. -To vendo vovô! - gritou eufórico, com sua voz de criança - mas... Ainda não vi a solidão... -Lúcio! Venha tomar o chá da tarde! - gritou uma velhinha simpática de dentro da cabana, -Seu velho já vai indo! -Meu neto querido, a solidão acompanha aquela flor abandonada e única, em meio a todo este cenário nublado, a solidão a toca, a envolve, a faz parte dela. -E as gotas da chuva, vovô? -Viu bem? Elas caem das nuvens... Aos milhões... Mas nunca se tocam, acompanhadas, mas p

Noite

Abro a janela pesada, movido por lembranças e tomado por um desespero calado, olho além tentando encontrar em meio à escuridão do horizonte sua essência, porém nada vejo. O vento começa a jorrar e me tocar, o corpo arrepia e fecho meus olhos, sim, eu ouço, ainda posso ouvir sua voz a sorrir quando pelas madrugadas nos embriagávamos de amor, suas duas vozes, suas duas vozes... Nunca decidi quando era minha favorita, a que ficava a cantar ou que me recitava sabedoria, subitamente encontro-me sorrindo e chorando, ao mesmo tempo. Por alguns segundos tudo parecia belo e lindo. São apenas lembranças... Mas são apenas lembranças... Em uma noite sem luar, preso na janela e a chorar rendido por lembranças e viajando pelo passado. Poderia permanecer com meus olhos fechados o resto da noite... Quando os fecho posso senti-lo ao meu lado, posso sentir seu abraço e ouvir suas vozes. Yanos Talesin, Lucas Augusto.