Noites Com Marilyn Monroe

1959, Noite de Inverno.

 Nesta noite estamos eu e Norma Jeane, não a chamo de Marilyn Monroe, para mim ela é muito mais que é um nome ou uma rotulação social, ela é a minha mulher. Apenas minha, por que eu a protejo desses bastardos humanos que a rodeiam, relaxo seu corpo depois de horas de gravação. E depois, como estamos hoje, permanecemos abraçados por toda a noite envoltos por nossa insônia, despertos por paixão. Rimos sem motivo algum e nos beijamos tendo como único motivo: um ao outro. Amo, mas amo muito, o jeito inocente dela e seu olhar cheio de alegria, antes de encontrá-la, eu era fadado à solidão, mas minha essência sempre desejava outro alguém, alguém que me entendesse. Pelas conversas noturnas que temos, Norma também tinha uma vida parecida antes de nos encontramos, ninguém entende sua forma de interpretar, a chamam de louca, para mim, ela é uma atriz visionária e Poeta. E como louca - no bom sentido, desta vez - apenas ela entende minha loucura, e juntos... Enganamos a noite e fazemos da cama nosso universo de amor.

Seu corpo sobre o meu
Minha cabeça sobre seus seios
Ouvindo a batida de seu coração
Encontrando-nos, num único anseio:
Nosso amor único

Sussurro no ouvido dela:

Todo mulher é uma obra de arte

Mas você, meu amor

É a personificação da arte

Minha dor convertida em flor

Minha poesia viva, a sorrir para mim

Ela ri tímida e simpática, sua simpatia sempre me faz rir também, e sua pele... Ah sua pele! 

-Poderia acariciar cada parte do seu corpo por toda a eternidade, minha Norma.

-Ah meu querido, você não sabe o que é a eternidade! - diz rindo e me beijando.

-Foi todo o tempo que eu passei antes de te encontrar, você mostrou-me uma nova definição de eternidade.

Ela sempre diz que não existo e me aperta todo para constatar que não está sonhando ou se é eu que sou seu sonho, neste momento fazemos amor, e tudo supera a realidade e o existir.

 -Inácio Bucowsqui