Trechos de uma história sem fim
Seu corpo era um livro, cicatrizes no tórax de histórias que ela não me contara. Eu gostava de brincar com seus olhos tristes, com as palavras bonitas brilhavam e a íris se expandia, dois sois nascendo pela manhã. Nas brincadeiras tentavam se esconder olhando para baixo, numa graciosidade que fazia com que suas bochechas rosadas se tornassem. Ela não enxergava a tempestade de raios solares que causava dentro de mim. Prestes a explodir de inspiração. Prestes a me perder dentro do caos-ordenado dos centenas de insights por segundo. Ela enxergava. E achava lindo meus movimentos involuntários a cada segundo que o êxtase poético percorria minha coluna vertebral. Visões e sensações de centenas de palavras, poemas e histórias ao meu redor invisíveis e visíveis, infinitas, entrando em meu cérebro como injeções de adrenalina causando imparáveis e perpetuáveis arrepios. Desaguando – com força e precisão – nos dedos, nas unhas, nas mãos – ao ponto que escrever se torna um tocar de piano no tecl