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Mostrando postagens de março, 2017

Leia, antes de entrar em Yesod

Não, meu amor, ouça-me bem, Um Poeta irá bagunçar teus sonhos, Colocará em teu olhar duas cintilantes estrelas. Despertará emoções não-existentes, Você se perguntará, mil vezes, se está sonhando, Não, meu amor, não é possível amar em sonhos. Você fará tudo que ele pedir, E ele fará tudo que você desejar, Dois mundos recíprocos, Duas galáxias fundindo-se. Ele escreverá poemas sobre as curvas, Do teu corpo e da tua alma, Não, meu amor, não se preocupe, Poetas não enxergam defeitos. São seres estranhos, os Poetas, Profundamente estranhos, Você nunca o compreenderá, Profundamente misteriosos. Eles conseguem ter mil personalidades, Não, meu amor, não tenha medo, Ela te amará sendo sempre verdadeiro, Você estará no centro do mundo dele, Mas cuidado com os toques dele, Você está preparada para sentir na pele... ... Os dedos que escreveram e escreverão... ... Milhares de poemas? São dedos inefáveis. Meu amor, um último aviso, Nunca se apegue a um Poeta, Eles

Karma II

Sra. Francisca, todos os dias, por uma hora, fuça seu celular de última geração. Quer aprender a instalar joguinhos e enviar mensagens de bom dia, as de boa noite a Sra. Francisca sempre esquece, pois dorme pensando no próximo episódio da novela. Ela nunca aprendeu a instalar joguinhos, e volta e meia esquece como enviar mensagens de bom dia. A Sra. Francisca tem mais de duas mil fotos no celular, todas do seu jardim. Ela cuida de mais de duzentas espécies de flores, vegetais e frutas, mas nunca enviou nenhuma das duas mil fotos para ninguém. É seu segredo insolúvel e faz questão de enfeitar as fotos com diversos filtros. Sua árvore preferida é a limoeira, porque plantou com seu pai quando era muito pequena. “Os limões desta limoeira tem sabor de carinho” diz baixinho sempre que toma limonada. A Sra. Francisca não tem filhos, ela ama crianças e é a única do bairro a decorar a casa no Halloween só para distribuir doces para as crianças, muitos dos quais feitos com as frutas do jardim.

Por que um poema?

Está de noite em seu quarto: todas as janelas fechadas ao meio-dia de segunda-feira, enquanto milhões de trabalhadores lubrificam as engrenagens da civilização, ela escuta Love da Lana Del Rey e questiona seus próprios sentimentos. - Por que o amor não pode ser simplesmente uma canção? A escuridão não tem voz para respondê-la. O celular não toca faz três dias, mas ela não espera ninguém, não quer conversar porque não a fazem mais sorrir. Está cansada de cantadas vazias. Caminhando por esquinas recebe mais elogios do que os passos que dá para chegar em casa. A única saída é ouvir música com o fone no último volume, desta forma, quando os homens tentam conversar com ela parece que eles estão cantando também. Ele a fez sorrir. Aconteceu de repente como acontecem todos os sorrisos, ao vê-la na padaria comprando pão, percebendo a altura sonora do fone, apenas pegou na mão dela e entregou um poema. E saiu correndo como se tivesse acabado de cometer um crime. Ela não leu naquele moment

Humanos

É muito fácil ser evoluído com os amigos e/ou familiares, mas arrogante e ignorante com desconhecidos, ou ser educado em dezembro e em fevereiro tratar os outros mal. É mais fácil propiciar a discórdia e a desunião do que plantar amor e gentiliza em cada ato. É relaxante generalizar o sexo masculino ou feminino, é esforço demais compreender as deficiências dos outros e tentar melhorar as próprias. É gostoso dar vazão a luz na consciência apenas para cobrir – e não equilibrar – a própria escuridão. É simples ser gentil na saúde e tranquilidade, quase impossível presenciar pessoas sendo agradáveis enquanto sentem dores ou estão num ónibus cheio. Não é sobre ser passivo, e sim ter um fogo que não queime, aconchegue. É muito engraçado observar a pressão mostrando quem realmente as pesoas são ou os atos gerados quando ninguém está olhando. As falsas gentilezas movidas por interesse ou após cerimônias religiosas. Julgar os outros sem conseguir sutilizar os próprios pensamentos, analisar

Esta noite as estrelas sonharam comigo

Meus sonhos são azuis e virgens Refletem o oceano inalcançável Espelham profundezas intocadas Abandonei-os, para desbravar Os reinos do Não-Sonhar Agora, quase tudo posso realizar (Menos o amor Porque é o amor Que realiza a gente) Quem diria? Não sonhar: Realiza todos os sonhos Agir sutilmente Sem fogo Sem ar Sem terra Sem água Apenas éter. Contemplar os meus desejos Contemplando-me: torno-me O objeto desejado Por meu próprio ego Esvazio-me Quase iludido Pelo falso vácuo Desculpe-me Mas eu sinto: Minha pequena Imensidão O fogo interior Consome as trevas E transforma em sorrisos E tenho medo de perguntar: SAG? Até quando Será fácil assim? Pois toda essa dor Agonia e solidão Fazem-me sorrir Pois é muito fácil Contar piadas para a escuridão Não estou sofrendo Eu sou feliz (Se o isolamento te faz sorrir O amor irá te explodir) Obrigado. L.A.

Trechos de uma história sem fim

Sem a impulsão de desejos rasos, Sem a brasa da paixão, Transformando flechas em afetos, Olhei pela fechadura do equilíbrio: Vislumbrei a serenidade. Sonhar com as constelações, E trabalhar com os pés na terra, Porque a solidão é um ponto de vista, Do outro lado da emoção: Somos todos um. Num ato mágico, queimar: Todas as reações negativas… … de incontáveis existências, Num pequeno lago feito lágrimas, Refletindo os sorrisos do espírito. Te encontrar sorrindo na Primavera Perguntar se você gosta de flores, Por que não tem uma no seu cabelo? E finalmente descobrir que Amor, Acontece a qualquer momento. L.A.

Trechos de uma história sem fim

É muito fácil aprender a odiar, para qualquer lado que se olhe há dezenas de motivos para reprimir no coração a raiva e a repugnância, porém, o mundo é um espelho - o que aprendemos a sentir repercute no corpo e muitas vezes na alma. Marca. Escurece. Acorrentea. O segredo que cada um descobre a sua maneira, em seu tempo: as cores que compõem a humanidade são as cores de Deus, algumas apenas estão vibrações diferentes. Justiça. Compressão. Compaixão e finalmente Amor. L.A.

Memórias de um velho poeta

Itália, 2046 Em uma rua pequena, as 8h36m de um domingo, ele descansa a inspiração poética, respirando profundamente e tomando um café típico da Itália, pela primeira vez. Novos sabores o divertem. Olhos cansados de capturar a poesia dentro da vida e envolvendo a morte - estações, estrelas, afetos. E se sabores desconhecidos o divertem, os ciclos da existência o faz sorrir. Então lembrou, de repente quase que subitamente: daquele dia estranho de 2017. Quando ele era ainda uma faísca ininterrupta do que se tornaria décadas depois. Permitiu que sua mente se perdesse um pouco nos fios do destino que não teceram obra alguma, navegou naquela lembrança distante, naquela mulher a milhares de quilômetros daquele banquinho italiano. Do seu corpo tão conectado com a alma, cada poro expirando o calor de oitenta batidas por segundo. Ela é calma como as pétalas, lembrou perfeitamente de seus olhos fechados ocultando o brilho da íris, escondendo seu conhecimento, sua luz. Do corpo estica

Quando navegaremos pelo mar?

A mente é uma ilha com incontáveis macacos guinchando. Enquanto não a treinamos não encontramos em lugar algum desta ilha paz e tranquilidade. Podemos viajar até o topo de uma colina recheada com inefável silêncio e a brisa a suave do Leste acariciando nossa face, porém, por dentro os macacos estarão preocupados com coisas triviais e mundanas. Uma mente inquieta não serve de moradia para o Divino, pois não possui os alicerces necessários para sustentar o presente. A questão não é deixar de pensar ou planejar, precisamos construir nossa estrada. É nossa maior obrigação. O problema é não ter controle de si mesmo para parar de pensar e planejar em momentos inoportunos. O prazer da mente é nos envolver com ilusões que nublem nosso estado emocional e destroem o corpo aos poucos. A mente descontrolada cria barreiras formidáveis entre viver no escuro e respirar diariamente quem realmente somos. Então encontramos a meditação diária. Voltamo-nos para a ilha. Refletimos sobre cada macac

Um coração em forma de romã

O Amor é um caminho por onde flui a alegria, é uma trilha reta e leve por onde a floresta cresce ao redor. Por ser reta é simples e por ser sutil torna o corpo, a mente e o espírito plenos. O Amor é uma espécie de gentileza consigo mesmo. É uma auto-permissão para parar de chover. É aceitar nossa incompletude diante do sinônimo de felicidade e pureza completos: Amor. Amar é ver o oceano pela primeira vez e centenas de vezes durante a vida e nunca c ompreender sua imensidão inconcebível, mas sempre estar fascinado pelo seu azul e seus mistérios. PS: Se não souber seguir o coração, siga os passarinhos. L.A.

Sonhar

Por que todos os sonhos morrem quando o sonhador desperta? - Existir é um sonho pequeno. Por que o amor nunca alcança aqueles sonhando em amar? - A morada do amor é o peito, não as formas mentais criadas por desejos banhados em carência. Quão bem você cuida do teu coração? Ele dói? Os sete mares separam-nos. Você consegue ver o meu pôr do sol? Você consegue enxergar o meu amor escurecendo? - Não. Como ousei desistir? - A desistência é apenas o espaço-tempo entre um olhar e um abraço. Seus olhos estão fechados tentando construir um caminho, mas por que suas pernas estão paradas entre parágrafos? - Elas tremem. Você não consegue criar um ponto final e então entorpece o coração com reticências. Abra os olhos para ver a distância que sua história alcança: nada jamais passa do horizonte. - Obrigado. Eu vejo o infinito. Erro meu. A esperança sempre atravessa o horizonte. Eu agora sinto suas estrelas sobre mim. Por que o amor é invisível? - O