Pele Macia, Sociedade Dura

E este eterno ir e vir
De minha agonizante vontade de sentir
Peles femininas, macias e viris
Talvez... A única coisa que pode fazer-me sorrir

Mas meus dedos, imersos em solidão
Estão
Erguem-se no ar, e tocam apenas o invisível
Invisível - a ausência visível
De um sentimento, uma dor invencível

Há quanto tempo não abraço alguém...
Não lembro como abraçar, o quê é isso?
Toco a outra, com meus braços ou minha essência?
Machucar-me-á ela, ao ver minha essência?
Cada desejo de toque, eu confesso,
Desperta ainda mais carência

O problema, a variável, o porém...
Não se pode confiar sua essência, a ninguém
O oculto, a incógnita, a causa...
Todos farão você sofrer, um eterno desdém
O engraçado, o ilusório, o estranho
Todos pensam isso também

E se todos assim pensam... Serei eu,
Poeta de alma caída, e coração
De presença esquecida, o falso?
Ou serão, os humanos, hipócritas
Que desconhecem a sensação da necessidade
Presos em uma eterna futilidade
Os falsos?

Acredito eu - refletindo neste momento
Os humanos devem desejar o sofrimento também
Inconscientemente
Não somente a felicidade,
Tão cheia de falsa igualdade
E por, não conseguirem assim tocá-la...
...A essência das coisas - que causa sofrimento
Mas possui beleza também, não posso mentir!
Ficam a criar coisas e mais coisas
Nas quais... Nunca conseguirão sentir!

Porque para sentir... Você precisa deixar de ser humano...

Yanos Talesin

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