Farol II


Rua grande, com calçadas desertas – de pessoas, não de sentimentos nem de você, a cada esquina os fantasmas de nossas lembranças me encaram. Duas viaturas soam suas sirenas atrapalhando minha música, estão protegendo um camburão. Dois segundos depois de a sirena começar, uma sensação de libertação toma conta de mim, penso com felicidade: Vou morrer agora, o bandido vai fugir e me matar, vou ser vitima de bala perdida, alguma coisa tem que acontecer! 
Ilusão... Passaram a minha frente, protegendo o bandido dentro do camburão, me jogando novamente contra a vida.  Merda! – pensei.

Inácio Bucowsqui

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