Memórias de um Poeta

São Paulo, 2016

Não é um local propriamente dito, não pode ser alcançado com esforço físico ou mental. Neste lugar não há formas, apenas luz. Não há ideias ou pensamentos, apenas emoções, não sentimentos. Emoções transbordam o corpo, sentimentos são agudos. Nesta esfera, onde os anjos são nossos vizinhos e os deuses caminham em cada Caminho, despidos de qualquer misticismo ou sigilo: Apenas são. O som tem um papel muito importante neste longínquo tão perto lugar: Os passos dos deuses provocam terremotos silenciosos, pois aqui o silêncio vibra melodias inaudíveis e irreproduzíveis e o canto dos anjos fazem tremer as linhas que sustentam o Branco.

Acima está Deus, O Grande Espirito, A Dourada, A Última Parada e mesmo deste degrau é possível apenas contemplar um cílio do Seu imensurável olhar, mas é o suficiente para começar a compreender toda a Criação. Não há vontade, de minha parte, de ficar aqui. Porque não pertenço, ainda, e não possuo Casa, minha alma colocou apenas um tijolo no Caminho, e os Anjos residem em Prédios e os Deuses em Castelos: A Grande Obra, para enfim mergulhar no Olhar de Deus.

Para entrar nesta esfera o Ego precisa ser deixado para trás. Não por motivos egocêntricos, simplesmente: Ele não passa. Tudo e todos ficam para trás acenando, a saudade também. Não há falta. E mesmo evitando esta palavra, desde o começo desta memória, a digo agora com toda a concepção das suas sílabas: O Amor é a chave do Portal, e a Humildade dá forma a chave para abrir o Portal. A fé nos conecta com os Anjos e a Humildade com os Deuses.

L.A.

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