Trechos de uma história sem fim
Pequenas montanhas ocultando Shangri-lá, eram seus lábios. Ao redor do corpo, fumaças desmanchavam-se, navegando em sua existência e pulsando amor, quem fixava o olhar na dança dos seus dedos e braços femininos era jogado num abismo - pois essa era a distância entre ela e os humanos ao seu redor. Um abismo sem pontes. Um buraco refletindo a escuridão. Uma montanha inversa. A perdição.
Pernas copiadas pelos pêssegos se estendiam apontando para o céu, seu destino final. Onde seus olhos de menina estão. O crânio e a carne não são suficientes para criar sua beleza. Por que um olhar tão triste e frio? Mulher inconstante. Fases da lua. Máxima solar. Sabedoria milenar.
Subindo pelo seu mapa carnal, tuas coxas ocupam no espaço-tempo a sedução que mil outras nunca preencherão. Imagino meus dedos deslizando-se por cada poro, delicadamente, com uma pressão imitando as batidas do coração. Até ser a vez dos meus lábios entrarem em cena, neste teatro de carinho e amor. Intenso. Eterno no segundo em que acontece. Profundo.
Dê-me teus desejos e vamos quebrar uma lei da física? Ocupar no mesmo espaço, nossos tão quentes corpos.
L.A.
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