Perguntas

Um dia, de primavera, um certo homem indagou-me:
-E se cortassem os braços como iria fazer poesia?
Indignado com tamanho absurdo de sua pergunta, calmamente mesmo assim,  o respondi:
-Há sim... És uma boa pergunta meu bom homem, esses braços são apenas instrumentos de minha alma, nada mais, poesia... É quando a alma desperta-se e pensa, é quando deixamos de pensar com a mente e passamos a pensar com a alma, se cortarem-me os braços... Não perderei minha poesia, perderei apenas os braços.
-Você não iria se sentir só?
Indignado com a pergunta sem sentido, calmamente mesmo assim, o respondi:
-As vezes escrevo sob as linhas da solidão, são linhas escuras e solitárias, não vejo a solidão como um problema ou um motivo para chorar, vejo-a como algo que ela é: Solidão, dela não provém nenhum sentimento... São nós que damos sentimentos a tudo...
O homem partiu pensativo, e eu fiquei no banco de praça em que me encontrava.

...Lucas Augusto...

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