O Poeta e a Humana

Minha visão poética, enchia-se de inspiração
Ao debruçar-se sobre uma humana tão bela
A mente esvaziava-se, o momento tocava o coração

Mas ela, mesmo estando aqui, e tirando me o ar
Importava-se apenas com seu próprio cabelo
Ou suas unhas, corria o tempo e ela tinha meu olhar

Sem saber, que os olhos de um poeta...
Admiram apenas o quê lhes causam poesia
O quê subitamente lhes dão a vida

Quando a via, uma mulher em alma de flor...
Peito meu palpitava, um sentimento nascia
Mas quando ela partia restava apenas a dor...

Passava o dia esperando a noite chegar
Corpo beirando o precipício da ansiedade
Para vê-lá novamente e com sua beleza suspirar

Porém... Nunca percebera-me, nem minha paixão
Parecia sempre presa em seu mundo corporal
Mesmo de longe sempre acelerando meu coração

Não importava se o ônibus vazio estava
Ou perto de mim sentada ficava
Nem ao menos me olhava...

Tentei uma vez com ela falar, mas ao lado dela
Timidez em mim percorria, tudo paralisava
Quando toda a beleza duma harmonia via nela

Nunca antes tinha sentido tanta vergonha
Por mais de uma hora paralisado permaneci
E as vezes, ali de perto, ela me parecia tão tristonha

Estaria ela presa em sua própria tristeza?
Culpo-me até hoje por não conseguir perguntar
Seria uma maldição esta minha fraqueza?

Apenas ouvi naquele dia sua respiração
E a música vindo de seu fone alto
Do lado dela eu transpirava emoção

E num instante ouvi sua voz, "com licença"
Levantei e seu olhar tocou minha alma
E senti seu perfume como uma presença...

E fique em companhia da noite
Enquanto pela janela carros e carros passavam
E em minha mente, pensamentos por ela tardavam

...Lucas Augusto...
Yanos Talesin

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