Minhas Noites

Garota bonita, a tocar suavemente o chão
Vindo em minha direção
Às vezes - mesmo assim todo mudo - sonho com você...

Bela mulher, o que está vestindo?
A escuridão ofusca-se em você
Apenas vejo, refletindo, as luzes
Dos postes perdidos e dos muitos carros
Em seus olhos, clamando por mim

O garoto então percebe que está se deixando levar pela sua enorme imaginação, cala-se - interiormente - e volta o olhar para o chão escuro.











Não sei o porquê...
Às vezes me pego a imaginar-me com outra pessoa
Que nem ao menos conheço
Como será a bela voz desses lábios macios?
Será a maciez de sua pele capaz de fechar meus olhos?
Será que seus cabelos - ao encontrar o vento - flutuam?
E no futuro... Seu coração - lá no fundo - ainda bateria por mim?

Sonho, sonho e não consigo parar
E depois, me pego a chorar
Quando a sutil donzela se vai pela noite...
E a noite me perfura por tanto imaginar

Porque sou assim?
As outras pessoas são mortas?
E nada imaginam?

Sonho, sonho e sonho, e não consigo parar
Mesmo que todo esse sonhar
Faça-me sofrer e delirar
E principalmente, por dentro, gritar...
Sem parar, porque toda a angustia se interioriza
E torna-se sólida.

Yanos Talesin

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