"A verdade, minha filha, é que eu não sei como parar este poema".
Divisor de Sentimentos
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A melancolia assassinava e em seguida substituía o amor que tem por ela. O que os livros não dizem, mas a vida ensina: Poetas não, exclusivamente, criam sentimentos, mas também os matam involuntariamente.
Laila é uma mulher muito intensa, embora tente disfarçar, seus olhos brilham sentimentos sem fim. Ao mesmo tempo que isto é bonito e único, seu coração bate apertado com a esperança de ter um passado melhor, com a expectativa de não ter um futuro tão ruim. Um futuro sozinha ou um futuro sozinha com alguém... Ela não percebe sua percepção afiada, sua capacidade de enxergar as entrelinhas. Sua competência germinando o que ela toca. É que a Laila, é destas mulheres tão intensas que as vezes as emoções cegam. Ela já passou por tanto coisa que seria possível preencher outro oceano com suas lágrimas. E se existisse analgésico para o coração, ela certamente estaria viciada. Entretanto, existe: o analgésico do coração é a sabedoria de se desprender das correntes que te conectam com o passado. É um ato de quebra. É um foda-se para tudo o que passou. É aceitar que o amor é um encantamento de pensamentos, toques e emoções e não um sentimento-pessoa que diz que ela foi um atraso. Ela nã...
Eu a vi. Ela me viu. O mundo parou. Senti-me sendo puxado na direção dela. E estranhamente percebi que ela sentiu o mesmo. Nem eu e nem ela conseguíamos parar de olhar para outro. Era diferente, eu não percebia os traços físicos, pela primeira vez, não era para o tamanho ou não tamanho dos dotes que eu olhava. Era para ela. Para o fundo infinito das pupilas castanho-escuro. O redor perdeu a cor e seu contraste aumentou a cada milésimo de segundo focado nos olhos imóveis dela. O trem apitou anunciando a partida e começou a se mover. Assim como eu, por dentro do trem, comecei a andar lutando contra o movimento natural da imensa máquina. Ela estava na plataforma oposta e começou a andar também. Nossos olhos não desgrudavam. Nossas bocas não conseguiam proferir um som. Um único som. Nossos corpos, involuntariamente, lutavam para não perder a possibilidade de contato, de fusão. Pareceu uma eternidade e ao mesmo tempo uma respiração. Ela parou no fim da plataforma e eu parei no último vagã...
Prefácio Na busca por duas mãos descobri que estou ficando paranoico. Ao escutar os timbres da sua voz vibrando o espaço que nos separa, espasmos percorrem meu corpo agonizando o peito e estralando as veias do coração. Corro ao banheiro para vomitar socos na parede, os ossos do meu punho doem e eu não sei se isso é bom ou se dói. Tomei consciência que o amor é um vírus inserido no coração, cujos efeitos patológicos não se resumem apenas ao corpo, e por essa razão aritmética sem solução, morre-se de amor lenta e vagarosamente. Cada “não” acumulando-se sobre outras dezenas de “nãos” semeiam um ódio petrificado e infestado de raiva. Seus traços então se desfazem tornando-se enxofre e sangue. O sangue dos meus próprios dedos. Te odeio como nunca odiei ninguém, e odeio a vida como nunca odiei outra coisa. E odeio tudo numa vontade constante de autodestruição. Não faz diferença seu sorriso sobre coisas vãs porque não mais desenvolve-se em mim sentimentos positivos. O único medo que me rod...
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