Poeta Jovem

Carrega consigo uma feição de puro sofrimento, desesperado silenciosamente. Com uma certa inquietude que  arrastava sua alma por este mundo ardente. Ah! Jovem poeta, entorpecido venenosamente por suas inspirações! Escrevestes estes versos para não morrer? Ou quando não escreves a vida jorra pelos seus olhos?
Leva consigo uma incerteza só dele, abandonado pelos caminhos fáceis, seus pés cheios de espinhos, sua vida cheia de falsas rosas. Ninguém lembra-se dele, e como haveria de lembrar? Têm sempre a dificuldade de manter amizades, amores e projetos. Carrega em suas costas - cravado por dentro - uma certa percepção mutável e inconstante.

Seus sentimentos vivem em anarquia...
Dentro de si
Há labirintos - que ele mesmo nunca achou o caminho
Não se sabe o que há no meio
Nem suspeita o que há de ter no fim

Por onde passa, vai sentindo as coisas
E as coisas o vão machucando
Jovem poeta! Porque sofres tanto?

Nunca sei - ele responde.

Nunca ficas cansado de tanto sentir?
E esses versos! De onde vem tão belas palavras?

Não sei não, não sei nem o que é belo - responde, triste, o jovem poeta.

Não respire, absorve
Não vive, morre a cada dia
Mas não renasce, não
Seu coração é feito de cinzas
Sua alma hoje ofusca-se por tanta densidade
Embora um dia, ouve um brilho

...Lucas Augusto...

O Jovem Poeta

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trechos de uma história sem fim

02/12/2023

Freedom