Tais de Oliveira Lino

O amor transformou-se em nuvens espelhando o céu em meu coração. Passei a sentir estrelas azuis preenchendo meu peito e criando constelações no estômago. E em cada ciclo zodiacal os teus olhos formam os traços de cada sonho que tecem as ilusões que você trouxe com seus passos de moça, de mulher, de anjo.

Você, tão distante que meus meros dedos não te alcançam, não te tocam, não deslizam pors ua pele quente, não mergulham em seu calor humano. Na música do teu silêncio, pergunto-me se teus sinais representam um sim ou um não. Se sim, qual o próximo passo? Se não, qual o próximo passo? O destino é incerto, e cada escolha pode e deve alterar os caminhos dos nossos corações.

Viver amadurecendo com nossos erros, ou aprender sozinho com os meus próprios erros. Abraçar ou permitir a partida, lembrando que te esqueci. Beijar aventurando-me em seus lábios de morango primaveris ou jamais tocar os teus com os meus e perdermos juntos a virgindade amorosa dos lábios, sem atos de amor todos os lábios são eternos virgens selados pelo desconhecimento do paraíso interno do amor. Qual é o pior? Respirar dentro do abismo sem saber que está no abismo, ou amar incondicionalmente e não conseguir retornar a esse nível de espírito. Porque o amor não é um sentimento, é uma forma de ser.

Sentir teus olhos fundindo-se com os meus, e então perceber que enxergamos a vidac om a mesma cor. Juntar nossas mãos, dedos entrelaçados, eu sinto a sua promessa e você diz baixinho: eu também. Essas são minhas doses de ilusões diárias.

Apeguei-me com o fim de uma sensação inacabada que perpetua-se por meus olhos quando deparo-me com os passos dela nas curvas que o destino cria e recria. Sou então sufocado, porque o amor é uma espécie de oxigênio que somente as folhas avermelhadas do coração geram através da fotossíntese do sol dentro dos olhos dela. 

Respirar teu ar em cada traço dos teus lábios massageando um beijo que não encerra-se, e os dedos? Não formarão o infindável brilho prateado do primeiro compromisso, as mãos repousarão solitárias numa janela com paisagem que não possui cor alguma.

Porque a tua absoluta recusa selou, para sempre, os portões da esperança de te fazer sorrir em ocasiões bobas. E aos poucos, as gotas desse amor abandonado são partidas do ventre do meu coração - prematuras, fracas, descolorindo-se, e assim perco a possibilidade de comparar esse amor com o arco-íris.


Adeus. 

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