Se As Crianças Governassem O Mundo

E se fossemos eternamente crianças?

A Presidenta seria a Mariazinha da esquina, ela governaria o mundo! Pois haveria apenas uma pessoa para cuidar do mundo. Mas calma, ela não se estressaria com isso, e você saberá o porquê. Obviamente ela teria um conselheiro, o Joãozinho da rua de cima que o conheceu no parque seria um deles, eles escorregam juntos toda quarta. Ela abolaria as prisões, e construiria parques no lugar! Porque crianças não pensam em roubar ou matar, talvez roubem um chiclete no mercadinho de vez em quando apenas. Não existiriam mais jornais, porque não teria mais nada de ruim para noticiar, teria apenas desenhos animados e filmes interessantes, crianças também são inteligentes.
Ah! O mundo não seria tão grande, cada bairro seria governado por uma criança, mas ela não saberia que governa. Crianças não tem ânsia de poder, quem teria mais doces seria a mais influente. A escola iria até a quarta série, e não seria todos os dias, as séries superiores complicam muito as coisas! E crianças são simples, não porque querem, mas porque são assim. Desenhar-se-ia todos os dias na escola, criar-se-ia historias, a imaginação voaria livre nas salas de aula! Matemática seria descomplicada, no máximo 20 + 30, não para contar o troco dos doces, porque não existiria dinheiro, e sim para contar quantas bolinhas de gude ganha-se em uma boa partida.
Para que dinheiro? Existiria apenas fabricas de doces, produtoras de desenho animado e emissoras de televisão, crianças trabalhariam nelas, e fariam tudo por prazer, sorrindo, porque este é o sentido do trabalho.
Não existiriam calendários também, não existiria tempo! Para que tempo? Seriam crianças eternamente, e não desejariam crescer, crescer é chato, monótono.
Claro que morreriam, mas não temeriam a morte, porque crianças não sabem o que é morte, e nem pensam nela, porque vivem o presente e não as angustias passadas ou medos e desejos futuros.
Como os doces seriam distribuídos? Ficariam nas lojas, a mercê de quem quisesse. Não, não pegariam aos montes, porque crianças são solidárias, claro que nem todas, mas as que não são aprenderiam com as que são. Crianças aprendem com exemplos, não com criticas de seus pais adultos, que nesse mundo não existiriam. E como nasceriam? Ah! Com sonhos! Quando alguma criança sentir-se sozinha, seu sonho de uma companhia faria nascer de seus corações outra criança para brincar na caixa de areia. Como pode isso? Pergunte a uma criança, não a mim. Não existiriam pais para matar seus sonhos.
As nuvens no céu seriam de milhares de formas distintas! Não, não seriam diferentes das deste mundo, seriam como são aqui, mas pelos olhos de crianças teriam formas.
Não existiriam advogados também, não acontecem crimes, e assassinatos, os casais dão apenas beijinhos e andam de mãos dadas, não há apego e logo outras crianças se apaixonam por outras, não, não há sexo, pigulus infantis não ficam eretos, e crianças não pensam nisso. Não existiriam cientistas, crianças já sabem que são pequenas, não precisam explorar o universo para saberem disso. Haveria sim, inventores de brinquedos novos! Brinquedos é tudo de bom, mas precisariam vir com manuais bem ilustrados e explicativos, senão seriam desmontados, crianças querem saber como seus brinquedos brilham e andam. Também não existiria religião! Crianças não precisam delas, para elas Deus não pune ninguém, afinal ele é o papai do céu, é um amigo, não um ditador de regras e da vida.
Não teriam uma casa fixa, viajariam pelo mundo, em estadia de casa em casa, crianças são amigas umas das outras e confiam naturalmente, e precisam viajar, porque são curiosas e tocam tudo que veem.

É possível escrever livros e livros sobre como seria o mundo, se as crianças o
governassem, mas não farei isso, talvez faça no futuro, mas não é uma certeza, prefiro deixar para algum outro bom escritor aventureiro o fazer.

...Lucas Augusto, com toques de Yanos Talesin.

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