Trechos de uma história sem fim

Os grãos de areia que formam minha vida escorrem pelos dedos, um relógio de areia de posição única. Percebo correntes obscuras massacrando as bases de sonhos juvenis, substituindo a esperança pelo desespero. Um desespero silencioso, sem grito, sem voz, mascarado por um sorriso iluminado por uma luz artificial. 

A gravidade dos meus sentimentos me pressiona contra o chão, quebrando os ossos de um amor recém-nascido.

Seduzido pela beleza do abismo começo a cair, o ar perfura o pulmão, uma queda sem fim. Eu quero mais. Os espinhos deste abismo sem fim perfuram o corpo, é possível sentir o sangue deste amor escorrendo, o sabor: do doce ao amargo, uma transmutação inesperada. Eu não consigo resistir aos prazeres da loucura e da dor. Eu sou a escuridão.

L.A.

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