Carta de Confissões

Mauá 07 de Novembro de 2011
A exatos 05h26min da manhã
De baixo duma coberta, pensando na vida e os dedos no celular...

Querida e mais velha amiga.

Não existe formula para conseguir escrever sobre uma pessoa, então, escrevo para você e não sobre você.

Foram longos os anos que tornaram a base de nossa amizade sólida, embora a sensação que o tempo cause é que tudo passa muito rápido e profundamente dolorido. Lembro-me com fidelidade quando vínhamos juntos da escola perto de nossas casas até nosso lar, lembro do céu azul, da nossa inocência, do caminhar soluto ao sair da escola. Lembro-me de quando eu te provocava feito bobo e você saía correndo atrás de mim se tornando assim, uma boba também. Nossa infância foi alegre.
Lembro-me de quando começou a namorar e eu encarnado pelo ciúme fiz coisas engraçadas e estúpidas ao mesmo tempo, sempre tive ciúmes de ti por ser sempre um eterno apaixonado por ti, até os dias que hoje penduram.
Lembro dum sentimento incomum de quando esteve a chorar por ver seu pai no centro de Mauá. Foi então que você abraçou o dito Marcos mesmo estando ao meu lado, eu poderia ter te abraçado, e dito coisas confortantes em seu ouvido, muitas palavras despertaram-se quando vi seus olhos cheios de lágrimas, porém, visto que não estava precisando de mim como nunca precisará, decidi seguir meu rumo subindo para a escola sozinha. Desculpe, eu sei que singelas palavras minhas nunca construirão atos passados. O que passou, passou.

Sempre tive um grande sentimento por ti,
Pela pessoa que se tornou,
Por quem és, pelo que sente...
Pelo seu sorriso tão meigo... Depois de dizer ou ouvir algo bobo
Pelo seu jeito inocente de outrora
Ou simplesmente por você existir,
E para deixar essa confissão ainda mais confessa
Confesso que sempre imaginei eu abraçado com você
Por um longo período de tempo, apenas abraçado.

Foi para você que em minha época de besterosas sexuais que recitei termos sexuais infames, não sei como agüentava-me.
Foi você, que de certa forma, acompanhou meu amadurecimento como pessoa.
Você foi a primeira pessoa culta que conheci.
Você que iluminava e aquecia o ponto de ônibus nas noites escuras e frias, e quando sorria a meia noite naquela rua escura, a solidão e a escuridão se rompiam amigavelmente.
Agora, tudo se foi, não para o passado, mas para minhas memórias, amigas nunca se tornam passado estão sempre presentes dentro de nós. Desejo-tê boa sorte em sua nova fase de vida, e que todas as palavras aqui escritas sejam esquecidas pela eternidade.

...Lucas Augusto...

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