02/12/2023
O coração bebe, em gotas diárias, o néctar da solidão. Perdendo a lucidez e os caminhos do amor, jorrando pelos quilômetros de veias do corpo as substâncias da dor e desespero.
Cada batida por segundo bombeia hemoglobinas suicidas e impulsivas.
Estou caindo neste poço sem fim agarrando em paredes de espinhos. 120 quedas por minuto.
Embebedando-me neste álcool emocional o vício começa a germinar raízes profundas e negras.
Por que fugir de si mesmo?
Ondas poluídas de emoções obscuras afogam os dedos que um dia juravam te tocar, encharcam o corpo cansado de perder em cada beijo não-ocorrido a sanidade, o ponto de equilíbrio.
Cada nota musical do seu silêncio perfura o hipocampo, negativando as memórias sobre seu sorriso estático nesta tela de celular.
Os pixels que te formam quebram em mil pedaços.
Estou esquecendo quem eu sou?
A velocidade que te perco dentro de mim supera a velocidade da luz. A velocidade que te reencontro em cada detalhe supera a formação do universo.
O quão mais longe eu te vejo, mais sem vida você é refletida pelos meus olhos febris.
Na dança com estas memórias-traumas ácidas percebo que não sei porra nenhuma sobre mim mesmo.
Adeus.
L.A.
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